PEI: A rua e o aprendizado andam juntos

Quando se ouve máximas do tipo “o futebol mudou a vida de alguém”, em geral, a primeira imagem que temos é de um algum menino talentoso com as bolas nos pés, fazendo sucesso em algum time profissional. Com 26 anos de existência, o projeto PEI(Programa de Esporte Integral) da Unisinos tem provado que o esporte tem a capacidade de mudar a vida de muitos meninos e meninas, até de comunidades inteiras…e não precisa de um Neymar ou Ronaldinho para isso.
“O futebol tem um grande poder de mobilização e pode ser usado como espaço defesa de direitos, de diálogo e de participação cidadã, para isso ele a sua prática deve estar vinculada a comunidade atendida”, explica Augusto Dotto, coordenador do projeto. Atualmente 300 jovens participam diretamente do projeto o qual além dos treinos e jogos, conta com debates, oficinas, palestras e espaços de convivência. O alcance da iniciativa é ainda maior quando se leva em conta a organização de festivais e seminários de formação, a estimativa é que, por ano, até 1500 jovens são apresentadas a prática nestes momentos.

A lógica por trás do projeto faz sentido. O futebol é algo próximo das pessoas, presente direta ou indiretamente no cotidiano de qualquer comunidade, conseguir aliar a bola prática com uma abordagem social ou educacional tem grandes chances de sucesso.

“Hoje quem é formado aqui enxerga o futebol como uma ferramenta de mobilização social, e não só como uma prática esportiva. A nosso da metodologia de usos diferenciados do futebol, abre, novos olhares, e saindo do lugar comum das escolinhas esportivas, categorias de base, e do esporte de rendimento”, afima Adotto.

Outra característica importante do PEI é o incentivo a participação das meninas, metade dos participantes do projeto são mulheres. “A participação feminina, com certeza, é um dos pontos fortes do nosso trabalho. Em média, em práticas esportivas, as mulheres representam 30%. Nos últimos cincos anos, a nossa média é de 50%, o que representa uma taxa alta”.